segunda-feira, 21 de setembro de 2009

POESIA DE OUTONO

Olá minhas caras e caros. Hoje, decidi postar uma poesia sobre a minha mui nobre cidade, Porto. O poema é dedicado a ela e  fala sobre a estação que está-se a aproximar o Outono.
Poís é decide postar este poema, porque este friozinho que vem pela noite e os dias pequeninos avisam-nos o começar do Equinócio de Outono.
 Deliciem-se com este poema de Fernando Campos de Castro, poeta portuense com uma obra vasta de canções e revistas.


Uma rua do Porto

Mais um Outono que chega vestindo cor de ansiedade
e cada rua é diferente
Cada rua é um quadro novo que veste o corpo do povo
com cores da cor da saudade
O frio toca as janelas o vento sopra ligeiro
e entre formas singelas
pelo dorso das janelas corre lento o nevoeiro
Nevoeiro? Ou será fumo?
daquele fumo cinzento gostoso calmo diferente
que dá vida ao pensamento e põe a alma mais quente!
Sereno vivo interessado pelo odor que me anima
caminho atrás desse cheiro
e no dobrar de uma esquina
vejo todo enfarruscado o homem do fogareiro
Pesam-lhe os anos no rosto
mas a luta que travou no seu duro mourejar*
Foi mar que há muito amansou
a raiva que não roubou o brilho do seu olhar
Da boca saltam pregões mais quentes que as quentes brasas
e os olhos são dois tições** em forma de corações
que se enfeitaram com asas
E vejo nas suas mãos certas carícias estranhas
sempre que passa os seus dedos pela pele das castanhas
É fumo é luz é loucura que inunda o ar que me cobre
É a paz num fogareiro
com castanhas de quentura no frio de quem é pobre
E então ali nessa rua de esquinas incendiadas
de carinho e de calor
compro castanhas assadas
e festejo o S.Martinho em casa com o meu amor.

*trabalhar muito
** pedaço de carvão



poema in "Violação da Noite" 2000

1 comentário:

  1. Oh minha pipi... Deu-te para a poesia agora?
    xD
    Eu agora estou mais numa de novelas... Ja estou farta de pensar. ehehe
    Gostei :D
    Adoro o nosso portinho xD
    Bjinhos e histerias
    Coelha*

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